PENSAR CIENTIFICAMENTE!
Os progressos da ciência conseguem-se como sequência de um trabalho cuidadoso e rigoroso. Desenvolve-se num caminho mais ou menos sistemático, procurando responder a questões científicas. Este caminho é apelidado de método científico e é corporizado por um agregado de regras básicas em que o sujeito/investigador desenvolve uma experiência. Primeiro questiona-se sobre como desenvolver a observação de um facto, segue-se a formulação do problema, avança-se uma proposta de hipótese e a realização de uma experiência procurando aferir a validade da hipótese. Finalmente desenvolve-se a análise dos resultados e a conclusão.
O método, entre outras coisas, significa o curso para chegar a ao objectivo, a "verdades científicas” apoiadas em regras ou numa regra científica fundamental. Aqui podemos definir cientista a partir da definição de método, conforme tentou Popper ao propor o falsificacionismo, ou definir método a partir da definição de cientista.
A hipótese como a via que deve levar à formulação de uma teoria que explica a ocorrência, foi negada por Popper. Este, desacreditando que o caminho partia das observações para teoria geral, defende uma teoria proposta a priori como uma suposição inicialmente não validada que deve resistir aos testes a que é submetida.
O homo faber usa de técnica enquanto conjunto dos meios e os processos que permitem obter um resultado desejado. Esta, a técnica, apoia-se sobre a experiência do sujeito que a usa ou sobre a ciência que o sujeito possui para chegar ao objecto. A técnica apenas se preocupa com a utilidade e a eficácia, ou seja, com os meios. Se um arqueólogo se usar apenas da técnica, preocupando-se apenas com os meios e não com os fins, pode obter com o seu trabalho um efeito simplesmente perverso!
A técnica não se sustenta a si própria. Embora alguns defendam a sua conexão ao ser-se humano, o serviço técnico deve seguir o método científico, apoiar-se em teoria ou em teorias, submeter ao julgamento da ética inerente ao sujeito/agente do exercício ou ao grupo em que este se insere.
Se noutro tempo a palavra grega tekhne designava qualquer knowhow: no campo das práticas utilitárias ou no plano da arte. Hoje a palavra designa mais apenas uma actividade utilitária, desenvolvida pelo homem.
Os filósofos da ciência foram catalogando a exactidão do conhecimento. Em 1970, Popper, considerado por muitos como o filósofo mais influente do século XX refere como a maior descoberta de Kuhn o facto de este ter notado que há períodos do desenvolvimento de uma dada especialidade científica em que os cientistas se dedicam a resolver os problemas deixados em aberto pelo paradigma em vigor. Ambos acreditam que a verdade evolui e que nunca pode ser absolutamente conhecida!
Nietzsche propõe uma nova concepção do pensador: não se procura o “conhecimento verdadeiro”, mas sim interpretar e avaliar. A interpretação procura fixar o sentido de um fenómeno, parcial e fragmentário e a avaliação tenta decidir sobre o valor hierárquico desses sentidos, somando os fragmentos sem eliminar a pluralidade - a arte de interpretar e a coisa a ser interpretada.
E hoje como podemos nós aceitar o que foi dito e cogitado sobre o conhecimento em Arqueologia? Como podemos nós testar as nossas hipóteses nas situações de emergência? Ou será que apenas somos sujeitos técnicos com experiência rotineira? Será que é importante haver debates onde se cultive uma grande interacção entre todos os arqueólogos?... Discussões entre os investigadores que desenvolvem trabalhos de longa duração e aqueles que desenvolvem trabalhos de emergência? Poder-se-á resolver alguns problemas em aberto, permitindo minimizar a perca de conhecimento sobre o passado? Poder-se-á chegar a um melhor objectivo se forem conhecidos melhores meios? Poder-se-ão avaliar os meios se se considerarem diferentes fins conseguidos por variados sujeitos/arqueólogos? Porque esperamos…?
O método, entre outras coisas, significa o curso para chegar a ao objectivo, a "verdades científicas” apoiadas em regras ou numa regra científica fundamental. Aqui podemos definir cientista a partir da definição de método, conforme tentou Popper ao propor o falsificacionismo, ou definir método a partir da definição de cientista.
A hipótese como a via que deve levar à formulação de uma teoria que explica a ocorrência, foi negada por Popper. Este, desacreditando que o caminho partia das observações para teoria geral, defende uma teoria proposta a priori como uma suposição inicialmente não validada que deve resistir aos testes a que é submetida.
O homo faber usa de técnica enquanto conjunto dos meios e os processos que permitem obter um resultado desejado. Esta, a técnica, apoia-se sobre a experiência do sujeito que a usa ou sobre a ciência que o sujeito possui para chegar ao objecto. A técnica apenas se preocupa com a utilidade e a eficácia, ou seja, com os meios. Se um arqueólogo se usar apenas da técnica, preocupando-se apenas com os meios e não com os fins, pode obter com o seu trabalho um efeito simplesmente perverso!
A técnica não se sustenta a si própria. Embora alguns defendam a sua conexão ao ser-se humano, o serviço técnico deve seguir o método científico, apoiar-se em teoria ou em teorias, submeter ao julgamento da ética inerente ao sujeito/agente do exercício ou ao grupo em que este se insere.
Se noutro tempo a palavra grega tekhne designava qualquer knowhow: no campo das práticas utilitárias ou no plano da arte. Hoje a palavra designa mais apenas uma actividade utilitária, desenvolvida pelo homem.
Os filósofos da ciência foram catalogando a exactidão do conhecimento. Em 1970, Popper, considerado por muitos como o filósofo mais influente do século XX refere como a maior descoberta de Kuhn o facto de este ter notado que há períodos do desenvolvimento de uma dada especialidade científica em que os cientistas se dedicam a resolver os problemas deixados em aberto pelo paradigma em vigor. Ambos acreditam que a verdade evolui e que nunca pode ser absolutamente conhecida!
Nietzsche propõe uma nova concepção do pensador: não se procura o “conhecimento verdadeiro”, mas sim interpretar e avaliar. A interpretação procura fixar o sentido de um fenómeno, parcial e fragmentário e a avaliação tenta decidir sobre o valor hierárquico desses sentidos, somando os fragmentos sem eliminar a pluralidade - a arte de interpretar e a coisa a ser interpretada.
E hoje como podemos nós aceitar o que foi dito e cogitado sobre o conhecimento em Arqueologia? Como podemos nós testar as nossas hipóteses nas situações de emergência? Ou será que apenas somos sujeitos técnicos com experiência rotineira? Será que é importante haver debates onde se cultive uma grande interacção entre todos os arqueólogos?... Discussões entre os investigadores que desenvolvem trabalhos de longa duração e aqueles que desenvolvem trabalhos de emergência? Poder-se-á resolver alguns problemas em aberto, permitindo minimizar a perca de conhecimento sobre o passado? Poder-se-á chegar a um melhor objectivo se forem conhecidos melhores meios? Poder-se-ão avaliar os meios se se considerarem diferentes fins conseguidos por variados sujeitos/arqueólogos? Porque esperamos…?