1.7.08

A dita neurose nacional manifesta-se assim?!

Podem orgulhar-se os arqueólogos! Cada vez que surgem questões inter pares, aqueles que desenvolvem o seu trabalho com vista à preservação dos vestígios e do conhecimento sobre o passado, resolvem e saneiam no imediato todos os problemas, a bem do objectivo que lhes dirige a vontade! Não importa se estão numa autarquia ou se estão numa empresa ou numa outra entidade. Na verdade coage-os sempre um respeitável princípio: a promoção da identidade colectiva! Bonito de se ver.

Há poucos meses atrás aconteceu a história de um proprietário que viu a sua obra embargada pelo arqueólogo da autarquia. Ficou perplexo, uma vez que tinha arqueólogo na obra e este, o arqueólogo contratado numa empresa, tinha enviado à entidade de tutela todo o processo inerente ao serviço e tinha já autorização verbal para desenvolver os trabalhos de acompanhamento. Aliás, várias vezes contactou a entidade de tutela a confirmar a autorização. Mas a obra parou. Parou e estacou vários meses. E ficou parada mesmo depois de se receberem todos os ofícios necessários. Mas com certeza foi muito melhor assim. Há que fazer o povo gastar dinheiro! E amostra-se a vã cobiça e a vã glória de mandar!

E fantochadas destas acontecem pelo país inteiro. Ora o arqueólogo dali, ora o arqueólogo daqui, ora o arqueólogo que não tem poiso, ora, ora… Mas, afinal, com que linha é que nos cosemos? Onde pára o espaço de acção de um e onde começa o espaço do outro? Onde está a verdade última, aquela que devemos seguir? Onde está escrito o que é de César e o que não é? Será que nunca mais se percebe a palhaçada que é não decidirem o que é mais importante e qual a tarefas de cada um e que exigência devem fazer ao coitado do poluidor pagador que tem que pagar o que é de todos?!

Blogs e chats e jornais e rádios e reuniões e barulho. Até onde seguem com estas desavenças?