Objectivando o Diálogo
Não gostaríamos de ver deixado de parte o primeiro assunto: a teoria, a metodologia e outras considerações mais ou menos filosóficas, que actualmente são avançadas por alguns informados. O pensamento arqueológico!...
Também deveríamos falar de Wheeler, questionar a Harris Matrix e as concepções de Barker, no âmbito da Arqueologia actual. A diferença entre a Arqueologia de salvaguarda e de investigação não pode tornar-se num fosso. A qualidade deve ser exigida. E os retalhos da História de uma cidade, região ou país, devem acabar!...têm que acabar!
Acreditamos que estes temas são os pilares mais importantes, porque contribuem para o amadurecimento, autonomia e personalidade do grupo e da ciência.
A TAG é uma consequência da necessidade criada no seguimento desta discussão, deste diálogo que ainda devemos amadurecer mais!
Vamos abrir um espaço para avançar com o Theoretical Archaeology Group.
Entretanto é preciso informarmo-nos sobre processo de Bolonha (há necessidade de criar cursos de onde saia gente de pensamento independente e com flexibilidade!); é preciso insistir em formação contínua, no reconhecimento da carreira e no cartão de identificação, na deontologia e preparar-se para o mercado europeu.
As empresas e as universidades e outras entidades, e os próprios arqueólogos, insistem em continuar de costas voltadas… será por causa do dinheiro? Do poder?...valores tão efémeros perante o Património e a identidade…
Falava-se ontem na gestão do património. E fala-se sempre!... Será que estamos TODOS a devolver à sociedade o que lhe devemos? Note-se que o Património em que actuamos não é do X ou do Y. Note-se os dinheiros públicos e os dinheiros particulares usados nos trabalhos de arqueologia são da sociedade! E a legislação… que se vai alterando sem nunca servir, de facto, a causa e o fim que nos mantém a laborar!
Porquê debater os assuntos já referidos neste espaço? Porque todos devem ser informados sobre o aconteceu, o que acontece, objectivando futuros outros debates. Esta é a nossa ideia. Cada um falará do que sabe com vista à preparação para daqui a um ano. Que vos parece?
Uma Arqueóloga e Um Arqueólogo
Também deveríamos falar de Wheeler, questionar a Harris Matrix e as concepções de Barker, no âmbito da Arqueologia actual. A diferença entre a Arqueologia de salvaguarda e de investigação não pode tornar-se num fosso. A qualidade deve ser exigida. E os retalhos da História de uma cidade, região ou país, devem acabar!...têm que acabar!
Acreditamos que estes temas são os pilares mais importantes, porque contribuem para o amadurecimento, autonomia e personalidade do grupo e da ciência.
A TAG é uma consequência da necessidade criada no seguimento desta discussão, deste diálogo que ainda devemos amadurecer mais!
Vamos abrir um espaço para avançar com o Theoretical Archaeology Group.
Entretanto é preciso informarmo-nos sobre processo de Bolonha (há necessidade de criar cursos de onde saia gente de pensamento independente e com flexibilidade!); é preciso insistir em formação contínua, no reconhecimento da carreira e no cartão de identificação, na deontologia e preparar-se para o mercado europeu.
As empresas e as universidades e outras entidades, e os próprios arqueólogos, insistem em continuar de costas voltadas… será por causa do dinheiro? Do poder?...valores tão efémeros perante o Património e a identidade…
Falava-se ontem na gestão do património. E fala-se sempre!... Será que estamos TODOS a devolver à sociedade o que lhe devemos? Note-se que o Património em que actuamos não é do X ou do Y. Note-se os dinheiros públicos e os dinheiros particulares usados nos trabalhos de arqueologia são da sociedade! E a legislação… que se vai alterando sem nunca servir, de facto, a causa e o fim que nos mantém a laborar!
Porquê debater os assuntos já referidos neste espaço? Porque todos devem ser informados sobre o aconteceu, o que acontece, objectivando futuros outros debates. Esta é a nossa ideia. Cada um falará do que sabe com vista à preparação para daqui a um ano. Que vos parece?
Uma Arqueóloga e Um Arqueólogo
8 Comments:
Será que há por aí alguém que tenha umas definições, textos ou leituras que possa indicar sobre estes temas? Podia colocá-los aqui para o pessoal ter acesso? E então poderíamos discutir sobre se é útil (a curto e longo prazo) ou não. Que acham?
Alguém me sabe explicar o que é o processo de Bolonha?
Nas últimas décadas a arqueologia caminha em direcção a um maior rigor. Recorre a análises quantitativas, reconhece a relevância da amostragem de probabilidade. Tornou-se metodologicamente mais científica, recorrendo a novos métodos de datação e conceitos específicos. A indução, estendendo a propriedade a todos os termos de um conjunto e a dedução, enquanto inferência que parte do universal para o particular, são ambas empregadas. A descoberta e a criação/imaginação fazem igualmente parte do processo do pensamento em arqueologia. Infelizmente no nosso país poucos são os trabalhos/criações baseados num longo trabalho de observação e numa discussão crítica e interpretações coerentes? Um bom projecto de trabalho deve manter-se no tempo e precisa de dinheiro e não são estas as condições que se concebem. Recorrer à solução poluidor/pagador não costuma ser a mais favorável resposta para defender o património arqueológico.
Há uns anos atrás deparei-me com uma situação com certeza semelhante a outras que muitos passamos: foi-me entregue um acompanhamento arqueológico de uma obra no meio de uma cidade. À medida que iniciavam os trabalhos de campo uma colega deslocava-se à biblioteca e arquivo locais para obter informações. A obra era enorme e implicaria monstruosas movimentações de terra e deveria (como sempre deve) ser rápida. A arqueologia não poderia atrasar muito! Entretanto os dados bibliográficos informavam-nos sobre a existência de um templo naquela área. Ficámos mais atentos do que nunca. E eis que ele apareceu. Formou-se uma equipa e iniciaram-se os trabalhos de escavação. Os jornais começaram a questionar o prazo da obra e a arqueologia foi apontada por vários dedos. Os arqueólogos foram acusados.
Entretanto, soubemos aquela existência no subsolo era uma realidade para todos os habitantes e entidades locais.
E perguntámo-nos como perguntamos agora: quem atrasou o raio da obra? Foi o contexto arqueológico, foi o arqueólogo ou foi a pouca responsabilidade de quem podia ter proporcionado um melhor trabalho de arqueologia e preferiu entregar uma bomba nas mãos de quem estava em campo, envolvido nos trabalhos? Quem são os culpados da pressão a que os arqueólogos são expostos, contribuindo para que estes sejam obrigados a dar respostas (demasiado rápidas) a quem os emprega.
Não deve a investigação ser prioridade? Não devem criar-se obrigações e coimas para estes atentados "pela calada"?
IP
A propósito do processo de Bolonha, quem estiver interessado em informar-se... www.territorio.pt/plano_accao_mces.pdf -
Acho que devemos, pois toca-nos todos.
Sobre Bolonha: http://jvcosta.planetaclix.pt/bolonha.html (um excelente repositório de informação) ou http://www.unl.pt/unl/bolonha/processo (mais sucinto).
Genericamente o objectivo de Bolonha é harmonizar o sistema de ensino superior europeu, conduzindo-o também para um novo rumo onde a Formação e a Aprendizagem se tornam as palavras de ordem.
Em arqueologia (como noutras áreas) teremos como novidade o facto de se considerar que só se encontram aptos para exercício a profissão os detentores de diplomas do 2º ciclo (Mestrado).
A formação tenderá para um sistema de 3 ciclos (licenciatura, mestrado, doutoramento) com a duração de 3+2+3.
O aluno será responsável pela construção do seu currículo, podendo construir a sua formação, conjugando os diferentes créditos.
Neste momento todas as licenciaturas estão a ser revistas de modo a que possam obedecer ao modelo de Bolonha.
Seria interessante que de facto se pudesse desenvolver um espaço de reflexão sobre as oportunidades e ameaças que este processo vai implicar na área da arqueologia.
“THE RIGHT QUESTIONS
Viewing research as salvage does not mean that it should involve atheoretical warehousing of collections. To the contrary, salvage requires efficiency and efficiency in archaeology requires a theoretical perspective that is sophisticated and to the point. In conceiving of research we must be able to ask the questions that will allow us to respond to others who may ask: what did this research tell us that we did not already know and that we wanted to know. We must focus on sites and questions that will profoundly expand our knowledge of the past.”
THEORY AND THE FUTURE OF HISTORICAL ARCHAEOLOGY ON THE GREAT PLAINS, by William B. Lees, Kansas State Historical Society, Presented at the 50th Plains Conference, Lincoln, Nebraska, 1992
O método significa também caminho para chegar a um fim ou um caminho pelo qual se atinge um objectivo.
Não percebo porque é que algumas pessoas dizem que o método não existe! Ou que está estilhaçado! Não me parece que se consiga perceber o que de novo se faz em Arqueologia, se não procurarmos saber sobre o que se fez. E tal como os diferentes paradigmas devem ser questionados, também as técnicas e os métodos. Simplesmente. Ou seremos nós capazes de reinventar, recriar e (re) imaginar a parti do nada?
A mim não me parece.
Também não me parece que possa usar todos os métodos, todas as técnicas e todas a teorias só para dizer que fiz bem... mas preciso de os conhecer, para escolher entre usar e não usar...
Pois eu acho que o método tem que existir, bem como a técnica e a teoria. Acho que têm de estar adaptados ao ponto de vista da investigação actual e não ao ponto de vista de cada investigador... ou a cada arqueólogo ou a cada empresa de arqueologia...
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