28.2.07

22.2.07

Uma nova entidade para uma velha cobiça


A normatividade sempre se exprimiu de diferentes formas, no sentido de aperfeiçoar a justeza na convivência social. Mas a noção de justiça e equidade acabaram por levar à criação automatizada do Direito, provando que esta busca, perseguida por homens falíveis e finitos, apenas se pode afastar do parcial por meio da discussão das versões diversas. Sócrates introduziu a dialéctica, procurando a justeza por meio de premissas que deveriam ser debatidas e comprovadas nos diálogos públicos. Um sujeito cognoscente, sabemos, tem a sua análise sobre um assunto, mas diferentes sujeitos têm diversas interpretações e a hermenêutica e a retórica poderão ser um caminho.

Os códigos estabelecidos em 1997 e 98 – Code of pratctice for european archaeologists e Principles of conduct for archaeologists involved in contract archaeological work -seguiam o estabelecido na Convenção de Malta, que entretanto se adaptou à diferenças entre o Direito Romano e a lei Anglo-Saxónica, nos diferentes países envolvidos. Parece estar tudo bem.
Estamos numa sociedade pós moderna, prenhe de relativismo epistémico e a razão já não é libertadora e não pode cumprir a promessa de estabilidade e igualdade. Parece correcto que a lei fundeada na prática social se deve recriar, combatendo as rudes imposições da razão objectiva. Mas como continua a ser necessário seguir normas… que entidade e que lei precisamos para desenvolver a melhor arqueologia?

5.2.07

Flexissegurança e a Flexisarqueologia.

Seria bom se todos tivéssemos flexissegurança que nos permitisse ter tempo para escrever. Mas porque assim não é, de vez em quando, abandonamos este espaço virtual à mercê dos visitantes, e partimos para a frente de uma máquina que escava a quilómetros de distância e onde o vento é gélido a ponto de nos tirar a vontade de abrir o portátil.

Há tempos ouvimos da boca do Presidente da República o termo Flexissegurança.
Com os novos tempos, a Arqueologia não vai poder ficar à mercê das ondas de uma tendência que é mundial. Por isto, proponho a Flexisarqueologia.

Vejamos como a globalização, na actualidade, condena à morte ideias do tipo: emprego para vida toda, direitos adquiridos, estabilidade e equilíbrio. Enfim, tudo aquilo que desejávamos que fosse oferecido aos trabalhadores. Onde é que anda a Flexissegurança?
Por outro lado, a arqueologia empresarial anda cada vez mais “flexível” que acaba por partir, mais dia, menos dia.

Vivemos um momento em que o conhecimento e a experiência já não possuem peso no valor final do produto. A única coisa que conta é saber fazer diminuir o custo (custe o que custar!) e para isto, a única forma de manter a competitividade é nivelar por baixo. O Conhecimento e a experiência que antes eram invejados e admirados já não possuem lugar. Pelo menos, não neste actual cenário onde se espezinham valores como os direitos sociais, os salários, as horas de trabalho, a saúde, as indemnizações, as reformas, etc. Nada disto possui peso se no outro lado da balança estiver o lucro.

Às vezes parece que o ideal da arqueologia empresarial passa essencialmente, por uma competição desenfreada em busca de resultados financeiros, com tudo de bom e mau que isto representa…

Será este tipo de arqueologia empresarial que queremos?