5.2.07

Flexissegurança e a Flexisarqueologia.

Seria bom se todos tivéssemos flexissegurança que nos permitisse ter tempo para escrever. Mas porque assim não é, de vez em quando, abandonamos este espaço virtual à mercê dos visitantes, e partimos para a frente de uma máquina que escava a quilómetros de distância e onde o vento é gélido a ponto de nos tirar a vontade de abrir o portátil.

Há tempos ouvimos da boca do Presidente da República o termo Flexissegurança.
Com os novos tempos, a Arqueologia não vai poder ficar à mercê das ondas de uma tendência que é mundial. Por isto, proponho a Flexisarqueologia.

Vejamos como a globalização, na actualidade, condena à morte ideias do tipo: emprego para vida toda, direitos adquiridos, estabilidade e equilíbrio. Enfim, tudo aquilo que desejávamos que fosse oferecido aos trabalhadores. Onde é que anda a Flexissegurança?
Por outro lado, a arqueologia empresarial anda cada vez mais “flexível” que acaba por partir, mais dia, menos dia.

Vivemos um momento em que o conhecimento e a experiência já não possuem peso no valor final do produto. A única coisa que conta é saber fazer diminuir o custo (custe o que custar!) e para isto, a única forma de manter a competitividade é nivelar por baixo. O Conhecimento e a experiência que antes eram invejados e admirados já não possuem lugar. Pelo menos, não neste actual cenário onde se espezinham valores como os direitos sociais, os salários, as horas de trabalho, a saúde, as indemnizações, as reformas, etc. Nada disto possui peso se no outro lado da balança estiver o lucro.

Às vezes parece que o ideal da arqueologia empresarial passa essencialmente, por uma competição desenfreada em busca de resultados financeiros, com tudo de bom e mau que isto representa…

Será este tipo de arqueologia empresarial que queremos?

6 Comments:

Blogger Joaquim Baptista said...

Esta é para acender os ânimos. O que se entende por arqueologia empresarial?

9:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pois... temos a arqueologia de emergencia, a arqueologia preventiva, a arqueogia de salvamento (e a arqueoogia romana, e a industrial e...!)... e a empresarial.. deve ser aquela desenvolvida por empresas.
O problema aqui é, por um lado, a relação empregado e empregador que também se reflecte na boa ou má protecção do património; por outro lado talvez se refira indirectamente a arqueologia de emergência feita pelo país fora...

9:01 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

e não é preciso lucro nas empresas?

12:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Relativamente a este tema a minha posição sempre foi a mesma. Só sobreviverá quem apostar em qualidade, quem valorizar os colaboradores, quem tiver respeito por si próprio e pelo seu trabalho.
Talvez indo ao encontro do assunto desta entrada (post) e não querendo ser injusto com ninguém e muito menos entrar em polémicas, na arqueologia empresarial portuguesa apercebo-me de um certo espírito de subserviência e dependência das empresas contrutoras e/ou donas de obra (não se confunda a subserviência com falta de profissionalismo ou algo que se pareça pois acredito que cada um dê o seu melhor naquilo que faz).
Tal é reflexo de uma classe dividida, fechada em pequenos nichos, em que cada um se vira para si próprio e quer conquistar o seu "quinhãozinho" (o que dadas as circunstâncias até acaba por ser legítimo: contas para pagar, necessidade de comida na mesa, etc...) em vez de procurar pontos de união e sentido corporativo... digo isto relativamente às empresas, mas não será o panorama da arqueologia portuguesa em geral?
Que tal uma reflexão serena e séria sobre isto?

10:22 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Entretanto continuamos à espera desse conhecimento e dessa experiência, que se dobram ao lucro mas não são lucrativos.

10:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O persistente paradigma positivista apenas fará perdurar a confusão babélica... é preciso reunirmos e conversarmos.

12:48 da tarde  

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