19.3.08

Post-processualism, professionalization and archaeological methodologies. Towards reflective and radical practice

In recent years the gap between archaeological theory and practice has been closing, but although there have been calls for ‘reflexivity’, there has been little critical examination of its meanings. Proposed reflexive methodologies still perpetuate many traditional hierarchies of power, and fail to consider the creative nature of excavation and post-excavation. Much archaeological work in Britain, Europe and North America also takes place within the commercial sphere, and post-processual ideas cannot advance archaeological practice unless they can be implemented in contract archaeology. This paper examines theoretical considerations of reflexivity, representation, subjectivity and sensual engagement to highlight their relevance to everyday archaeological practice, and their political potential to undermine existing hierarchies of power within commercial archaeology.

11.3.08

Exposições

Max Weber refere o Estado como responsável pela organização e controle social. Maquiavel define Estado como a sociedade política com regras que facilitam a convivência de seus membros. Finalmente, a ideologia democrática defende a equação Estado = povo ="interesse público". É nesta equação que nos queremos apoiar.
Há duas semanas atrás, o ministro da cultura relatou na TSF que a futura actuação do governo prevê um maior envolvimento de diferentes entidades e da sociedade civil nas suas actuações. Advoga a necessidade de fortalecer a cultura, importante bastião da coesão nacional, da identidade nacional.
Neste ponto é importante aclarar que não podemos abranger a sociedade se esta não se mantiver formada, informada e sensibilizada; depois sim pode ser realmente responsabilizada, chamada a intervir e a actuar. Por outro lado o governo precisa de saber o que a sociedade necessita, o que é benéfico. E isso deve fazê-lo auscultando as entidades representativas, informadas, que possam então fazer a ligação entre o Estado e o todo social. Mas, no que toca à Arqueologia, o Estado nem tão-pouco consulta quem quer que seja.
No Debate, o arqueólogo J. Arnaut aclarou que a entidade a que pertence, a AAP, teve representação junto dos antigos IPPC e IPPAAR, mas já não no período de vigência do IPPAR e IPA… e continua referindo as dificuldades inerentes e sequentes à aprovação do PRACE, aprovado pelo Governo através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 124/2005, de 4 de Agosto. Na verdade o IGESPAR ainda nem sequer “arrancou” e nas Direcções Regionais pode existir confiança política, mas confiança técnica…
No mesmo Debate admitiu-se a rapidez de mudança ocorrida nos últimos tempos. Esta criou, crermos, mais dualidades e não houve preocupação em articular a arqueologia científica/programada e a de emergência. E este ponto é essencial para que o novo período mantenha os pés bem assentes nos conceitos primeiros da disciplina (considerando a técnica a metodologia e a teoria).

O retorno social, mesmo concordando com J. Bugalhão quando referia que a produção científica é o que devemos à sociedade, não cremos que este seja desenvolvido na maior parte do país, na maior parte das intervenções e por todos os arqueólogos. E ademais, mesmo assim: será que a sociedade recebe, entende? Sendo ela formada por indivíduos com diferentes formações e aptidões…
O IPA possibilitou a desenvoltura da legislação europeia em Portugal ou a legislação europeia trouxe uma ajuda para que o IPA continuasse a luta que o IPPC e outros já travavam antes… na verdade o que foi feito ou quem o fez, tampouco importa! É preciso é que se faça mais. E são os arqueólogos das diferentes entidades (públicas e privadas) que têm que analisar o que está mal, fazer e exigir que se faça melhor.
Continuamos a achar que a arqueologia dita preventiva se confunde com a arqueologia de emergência em vez de se aproximar da arqueologia programada e “mais científica”. Disse-se no Debate que o acompanhamento arqueológico, pouco claro na legislação vigente, produz muito conhecimento… pois então é altura de o esclarecer e aceitar que se deve escavar o menos possível e que se torna imperioso aproximar a nossa arqueologia de emergência daquela programada para que não se percam tantos dados. E se o Estado deve apoiar a investigação, que apoie a arqueologia de emergência para que esta se transforme numa arqueologia similar à preventiva e a preventiva caminhe para perto da programada e “mais científica”!

Porque os 700 a 800 arqueólogos do país são muitos sujeitos e diferentes, torna-se necessária a autoregulação por meio de uma Ordem e o investimento numa formação de activos. O problema dos arqueólogos, ou os vários problemas, não se resumem a uma necessidade de lutar pelos direitos, mas passam primeiro pela apreensão das questões éticas e deontológicas inter pares, pela consciência de que pertencemos a um grupo de sujeitos que estuda um mesmo objecto. Depois sim, pertencendo a esta ou àquela entidade, estando neste ou naquele cargo criamos o tal sindicato. Porque não é nobre de todo, nem beneficia a boa arqueologia… fazer trabalhos a baixo preço mata a fome no momento, mas beneficia o flagelo da miséria!
E siga uma fiscalização capaz. Mais centrada ou mais descentralizada, conforme os meios, conforme a coordenação e a articulação. Porque é bom descentralizar e estar mais perto da área de acção, mas também são precisos meios e uma boa articulação com o centro e uma boa coordenação.
É preciso confiança e diálogo. Apesar do que não temos... não podemos baixar a testa e acobardar-se. Tal como referia L. Raposo: não há que ter vergonha porque muito se tem feito.
E muito se há-de ainda fazer...


DEBATE= primeiro Debate organizado pela Almadan