Arqueólogo contra arqueólogo?!
Existem actualmente inúmeras empresas de arqueologia e profissionais que realizam arqueologia de prevenção, de emergência e/ou de contrato.
Embora reconheça que os temas aqui apresentados possam parecer démodés (a alguns), sei que muitos de nós têm dúvidas e se interrogam sobre eles. Sei também que muitos não se atrevem a expor as suas incertezas. Conheço alguns que nunca têm hesitações. Outros verificam se os colegas fizeram um bom trabalho, sem sequer se interrogar se alguma vez lhe ensinaram.
No campo, cada profissional deve realizar levantamentos das áreas projectadas, avaliar os vestígios arqueológicos existentes e, a partir daí, fornecer um diagnóstico do património cultural e histórico compreendido. Deverá, ainda, avaliar o grau de impactos que o património poderá sofrer, indicando alternativas que minimizem as perdas. A estes profissionais é exigida uma atitude um pouco diferente daquele que labora em Instituições e/ou projectos de pesquisa, já que ele lida com um contexto de mercado e é avaliado pelo público em geral. Embora use os procedimentos gerais de um estudo científico, este tem de harmonizar o cronograma do seu trabalho com o cronograma da obra e o trabalho dos técnicos de outras áreas. Tem que ser ágil, rápido. Acontece que se não tiver experiência e não estiver informado e formado, pode triplicar a perda de dados que, sabemos, acontece com a destruição das paisagens ou com o “desmonte” dos sítios arqueológicos.
Este campo de acção arqueólogo, obriga à frequente interrogação: o que é que merece ser preservado, e o que pode ser destruído? Como devo ser um bom profissional de arqueologia sem causar uma atrapalhação tamanha?
Assim se justifica este espaço, bem como a realização de encontros e grupos de trabalho voltados para o aprofundamento destas questões: estabelecer normas éticas de conduta e de criação dos quadros de profissionais que se preocupem, efectivamente, com a preservação da herança. E não tanto em saber qual o profissional ou empresa que está no terreno e toma a decisão...
Porque é que não se evitam guerrilhas que só deformam o conceito de arqueólogo e prejudicam o Património?
Embora reconheça que os temas aqui apresentados possam parecer démodés (a alguns), sei que muitos de nós têm dúvidas e se interrogam sobre eles. Sei também que muitos não se atrevem a expor as suas incertezas. Conheço alguns que nunca têm hesitações. Outros verificam se os colegas fizeram um bom trabalho, sem sequer se interrogar se alguma vez lhe ensinaram.
No campo, cada profissional deve realizar levantamentos das áreas projectadas, avaliar os vestígios arqueológicos existentes e, a partir daí, fornecer um diagnóstico do património cultural e histórico compreendido. Deverá, ainda, avaliar o grau de impactos que o património poderá sofrer, indicando alternativas que minimizem as perdas. A estes profissionais é exigida uma atitude um pouco diferente daquele que labora em Instituições e/ou projectos de pesquisa, já que ele lida com um contexto de mercado e é avaliado pelo público em geral. Embora use os procedimentos gerais de um estudo científico, este tem de harmonizar o cronograma do seu trabalho com o cronograma da obra e o trabalho dos técnicos de outras áreas. Tem que ser ágil, rápido. Acontece que se não tiver experiência e não estiver informado e formado, pode triplicar a perda de dados que, sabemos, acontece com a destruição das paisagens ou com o “desmonte” dos sítios arqueológicos.
Este campo de acção arqueólogo, obriga à frequente interrogação: o que é que merece ser preservado, e o que pode ser destruído? Como devo ser um bom profissional de arqueologia sem causar uma atrapalhação tamanha?
Assim se justifica este espaço, bem como a realização de encontros e grupos de trabalho voltados para o aprofundamento destas questões: estabelecer normas éticas de conduta e de criação dos quadros de profissionais que se preocupem, efectivamente, com a preservação da herança. E não tanto em saber qual o profissional ou empresa que está no terreno e toma a decisão...
Porque é que não se evitam guerrilhas que só deformam o conceito de arqueólogo e prejudicam o Património?
6 Comments:
Esta vem mesmo a calhar... veja-se o que aconteceu agora em Tomar... Eu acho que deveríamos aqui abordar a temática saber/poder em M. Foucault!
Poderia ser mais explicito e descrever o que aconteceu em Tomar.
Tudo o que se está a passar no Archport neste momento tem tanto de interessante como de mau.
Interessante porque não deixa de evidenciar o que é a realidade da arqueologia portuguesa hoje.
Mau porque existe lodo por toda a parte.
Há um sentido de espectáculo camuflado de debate (algo que já vimos em televisão em "Prós e Contras" ou a versão original espanhola "Moros y Cristianos".
Vêm ao de cima as frustrações de cada um, misturando-se com acusações, surgindo por vezes até sugestões que podem ter interesse, mas que neste contexto...
Acho que o titulo "Arqueologia de Emergência" está adequado ao que se está a passar.
É uma espécie de "reality show" da arqueologia portuguesa actual.
Creio que não tardará a transbordar para aqui.
Entre o debate esclarecido e o confronto zelado vai uma grande diferença. Infelizmente o que conta hoje é apenas o "bate".
Há aqui tanto do que é a nossa sociedade e o nosso tempo. Essa dita pós-modernidade.
É matéria de investigação e de reflexão.
A realidade de facto é muito má e neste momento diria mesmo degradante! Infelizmente o que se passa no meio arqueológico é um reflexo de toda a política patrimonial portuguesa! Quando os maus exemplos partem de cima, muito dificilmente nos patamares inferiores as coisas podem ser melhores!
Penso que o contribuito individual saudável de cada um será o melhor remédio!
Como diz o provérbio. "Não há guerra de mais aparato do que muitas mãos no mesmo prato"!
pedrinha rolante
De facto a arqueologia, dita empresarial, tem as suas coisas. Relativamente a acompanhamentos, tenho sempre grandes dúvidas dos resultados que apresentam. Já se chegou aos cúmulos de "nada aparecer", quando sabemos que era humanamente impossivel isso acontecer. Mas os serviços só se baseiam em relatórios e não põem os pés onde era preciso. O facto de serem as empresas de construção a pagarem os acompanhamentos é para mim a pedra base para nada aparecer e para se minimizarem todos os resultados. Pensem bem se não é verdade. Espero que a barafunda que vai na Archport não salte para aqui.
Também faço arqueologia de emergência e outra. Gostava que as nossas associações de arqueologia se manifestassem mais sobre a guerra que apareceu, no sentido de evitar que existissem...
Acho que todos devíamos ter algum conhecimento/saber dos assuntos aqui inicialmente referidos, em vez de atirar tantas primeiras pedras!
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