10.7.06

É Preciso Desafiar a Nossa Razão e a Nossa Maneira de Ser Racional!

Uma entrevista lida num jornal regional trouxe-me de volta às questões tanto aqui apresentadas.

O inquirido respondia que nestas coisas das ciências ditas sociais as “investigações científicas e laboratoriais” deveriam permitir “produzir um conhecimento objectivo, seguro e comprovado”.
Levou-me a pensar novamente nas teses direccionadas à relação/dicotomia entre sujeitos e objecto (s) enquanto entidades presentes no processo do conhecimento.
Sabemos que a arqueologia se situa teoricamente num cosmos de interfaces e faces teóricas bastante vasto, e que certamente ainda não esgotou todas as possibilidades de apreciação dos diferentes enfoques possíveis neste caleidoscópio.
Os alcances do pensamento arqueológico não se limitam ao laboratório!...
Mas se todas as focagens são imprescindíveis, é também necessário que se considere a possibilidade de decifração do todo como apenas possível enquanto empreitada colectiva!

Foucault, apelidado por alguns de pós-moderno, criticou Husserl e a sua fenomenologia por achar a sua fundamentação das relações semânticas débil, faltando-lhe o carácter ontológico definido. E ele próprio procurou fornecer os rudimentos de uma ontologia que seja profícua para garantir os fundamentos necessários, defendendo a inerência da significação à consciência, à subjectividade, como ponto originário de toda a significação e de toda a existência.

O homem apenas não é um facto natural. E o positivismo acreditava poder explicar as vicissitudes do homem a partir desta concepção. O homem não pode ser simplesmente explicado por nenhuma lei que rege a natureza. Ele é também um ser cultural…

Como podemos nós dar rigor ao raciocínio filosófico em relação a coisas tão mudáveis como as coisas do mundo real? Em verdade, o êxito do método científico está em que ele pode estabelecer uma "verdade temporária" útil, que será apenas verdade até que um facto novo mostre uma outra veracidade.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu acho que seria importante bater nesta tecla do modernismo e pós modernismo, positivismo... para pensar no tipo de ensino que estamos a criar com a massa à bolonhesa que vem por aí...
Mas agora parece que fomos todos de férias.

5:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Vamos saber:
Falamos do ensino e da sociedade.
O “nome” da Universidade é importante?

- Não, o candidato é que conta.
- Sim, para o primeiro emprego.
- Sim, para “desempatar”.

6:19 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Finalmente fim-de-semana!...
De visita (rápida) ao blogue que agora os veraneantes e os trabalhadores menos visitam, gostei da fenomenologia, do positivismo...
gostava que outros passantes respondessem mais aos meus comentários que já fim antes e pretendo fazer.
Saudações.

7:49 da tarde  

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