Conduz-nos a vontade de ser arqueólogos modernos! E não apenas arqueólogos com experiência comprovada.
Infelizmente os arqueólogos portugueses continuam a não discutir entre si questões inerentes à teoria da arqueologia. Não se traduzem os trabalhos criados no estrangeiro e nem se elaboram obras monográficas acerca de diferentes assuntos de arqueologia, reunindo informações relevantes. Poucos entre nós escrevem textos que focam o assunto, mas não incentivam à discussão em “praça pública” ou não conseguem cativar os arqueólogos à discussão.
Grande parte dos arqueólogos que existem no nosso país, estão inseridos nas empresas de arqueologia e laboram em situações de urgência, de socorro. Neste contexto poucos são os que se questionam sobre a teoria na arqueologia e menos serão, acreditamos, aqueles que procuram obras sobre o tema. Não há muito tempo livre! Dado o encadeamento da arqueologia nacional, seria excelente poder contar com a ajuda de todos os detêm algum esclarecimento e conhecer as opiniões e experiências de cada um para melhor poder aperfeiçoar as práticas de trabalho.
A nós parece-nos que seria muito frutuoso colocar todas aqueles que fazem “trabalhos de arqueologia” a questionar-se sobre a validade dos paradigmas existentes. Ao promover este blog acreditamos que da discussão nasce a luz e que assim, todos “nóses” os arqueólogos ou outros técnicos da área poderíamos alterar e melhorar os nossos métodos e técnicas no trabalho no dia a dia.
Por outro lado seria bom que “nóses” informássemos outros sobre o que sabemos, o que achamos necessário aplicar ou rever no nosso dia a adia de campo, durante um trabalho em particular.
É preciso tirar dos bolsos todas as ideias de mudança que costumamos guardar bem guardadas, eliminar os preconceitos, despir a mente de ideias pré-concebidas e trocar ideias uns com os outros, em vez de criticar o colega que destruiu o sítio arqueológico que talvez, ou melhor, o mais provável é que nunca lhe tenham ensinado a identificar. É importante que no nosso país haja uma clarificação de pontos de vista no que respeita às concepções e noções teóricas e de investigação!
Mesmo sendo avesso ao tema da teoria, é sempre positivo debruçar-se sobre ela. É importante discutir o conceito de Middle range theory aplicado ao dia a dia de campo e falar do melhor conhecimento que cada um tem, no âmbito dos trabalhos de arqueologia.
É preciso falar de Shanks e de Tilley, conversar com o sociólogo, o biólogo, o economista, o francês o inglês, o americano… e vestir o vestimenta de um arqueólogo moderno, com vista a criar um estudo científico dos povos do passado, da sua cultura e do seu relacionamento com seu ambiente. Não podemos esquecer que a finalidade do arqueólogo é compreender os seres humanos no passado, como interagiram com o seu ambiente e preservar esta aquisição para o presente, projectando-a no futuro.
É necessário questionamo-nos sobre as possíveis abordagens existentes numa escavação convencional e numa escavação de urgência. É preciso conhecer a teoria arqueológica, usar as técnicas e métodos e fazer a recolha de dados precisos em diferentes situações. É preciso usá-las gerindo o tempo, o dinheiro e afins contextualizados por uma ética.
A arqueologia é uma ciência que deve recorrer a métodos científicos já usados por outras ciências ditas exactas. Na verdade nada que envolve o ser humano é completamente exacto, mas pode seguir padrões. mesmo que não siga modelos. É necessário que os arqueólogos, enquanto sujeitos de estudo se debrucem sobre o objecto de estudo, homens também, abordando os vestígios (através dos quais pretende chegar ao homem) de forma metodológica.
Não importa questionar qual é a ciência (mais) auxiliar das outras, mas sim reconhecer que a arqueologia caminha cada vez mais pelos seus próprios meios, alcançando dados e permitindo estudos sobre o Homem, racional e sentimental, objectivo e subjectivo.
Uma Arqueóloga e Um Arqueólogo.
Grande parte dos arqueólogos que existem no nosso país, estão inseridos nas empresas de arqueologia e laboram em situações de urgência, de socorro. Neste contexto poucos são os que se questionam sobre a teoria na arqueologia e menos serão, acreditamos, aqueles que procuram obras sobre o tema. Não há muito tempo livre! Dado o encadeamento da arqueologia nacional, seria excelente poder contar com a ajuda de todos os detêm algum esclarecimento e conhecer as opiniões e experiências de cada um para melhor poder aperfeiçoar as práticas de trabalho.
A nós parece-nos que seria muito frutuoso colocar todas aqueles que fazem “trabalhos de arqueologia” a questionar-se sobre a validade dos paradigmas existentes. Ao promover este blog acreditamos que da discussão nasce a luz e que assim, todos “nóses” os arqueólogos ou outros técnicos da área poderíamos alterar e melhorar os nossos métodos e técnicas no trabalho no dia a dia.
Por outro lado seria bom que “nóses” informássemos outros sobre o que sabemos, o que achamos necessário aplicar ou rever no nosso dia a adia de campo, durante um trabalho em particular.
É preciso tirar dos bolsos todas as ideias de mudança que costumamos guardar bem guardadas, eliminar os preconceitos, despir a mente de ideias pré-concebidas e trocar ideias uns com os outros, em vez de criticar o colega que destruiu o sítio arqueológico que talvez, ou melhor, o mais provável é que nunca lhe tenham ensinado a identificar. É importante que no nosso país haja uma clarificação de pontos de vista no que respeita às concepções e noções teóricas e de investigação!
Mesmo sendo avesso ao tema da teoria, é sempre positivo debruçar-se sobre ela. É importante discutir o conceito de Middle range theory aplicado ao dia a dia de campo e falar do melhor conhecimento que cada um tem, no âmbito dos trabalhos de arqueologia.
É preciso falar de Shanks e de Tilley, conversar com o sociólogo, o biólogo, o economista, o francês o inglês, o americano… e vestir o vestimenta de um arqueólogo moderno, com vista a criar um estudo científico dos povos do passado, da sua cultura e do seu relacionamento com seu ambiente. Não podemos esquecer que a finalidade do arqueólogo é compreender os seres humanos no passado, como interagiram com o seu ambiente e preservar esta aquisição para o presente, projectando-a no futuro.
É necessário questionamo-nos sobre as possíveis abordagens existentes numa escavação convencional e numa escavação de urgência. É preciso conhecer a teoria arqueológica, usar as técnicas e métodos e fazer a recolha de dados precisos em diferentes situações. É preciso usá-las gerindo o tempo, o dinheiro e afins contextualizados por uma ética.
A arqueologia é uma ciência que deve recorrer a métodos científicos já usados por outras ciências ditas exactas. Na verdade nada que envolve o ser humano é completamente exacto, mas pode seguir padrões. mesmo que não siga modelos. É necessário que os arqueólogos, enquanto sujeitos de estudo se debrucem sobre o objecto de estudo, homens também, abordando os vestígios (através dos quais pretende chegar ao homem) de forma metodológica.
Não importa questionar qual é a ciência (mais) auxiliar das outras, mas sim reconhecer que a arqueologia caminha cada vez mais pelos seus próprios meios, alcançando dados e permitindo estudos sobre o Homem, racional e sentimental, objectivo e subjectivo.
Uma Arqueóloga e Um Arqueólogo.
72 Comments:
Um belo manifesto, num belo dia :)
Há aqui uma série de questões extremamente interessantes.
Uma delas que salta logo ao de cima, é a questão de haver uma separação entre uma teoria e uma prática (assunto a que VOJ aborda recorrentemente e que tb é abordada em Hodder, The Archaeological Proccess).
Por outro lado, pós Shanks e Tilley, é interessante ver o que é isto da arqueologia.
Será que o nosso objectivo é mesmo compreender os seres humanos do passado. Será que este alguma vez existiu (eu acredito que sim, mas há quem refira que o passado é apenas coisa do presente).
Espero que este espaço floresça na blogosfera. Bem hajam.
E que hajam nozes e dentes.
Concordo com o comentário do Gonçalo.
Porém, gostaria de acrescentar a urgente necessidade de debater as questões sobre ética e valores. Principalmente na dita "arqueologia empresarial".
O problema da arqueologia é transversal ao de outras ciências sociais e diria, também, das exactas, as aplicadas ao estudo em ciências sociais.
Se se está num organismo público, tem-se, por vezes (pq nem sempre isso acontece) tempo para nos debruçarmos sobre resultados, trabalha-los e publica-los, nem que seja um pequeno paper no boletim municipal da terra, ou numa qualquer (escassa) revista da especialidade (sendo que, para isso, por vezes é necessário vencer um batalhão de “colegas iluminados”, que avaliam os trabalhos mais por capelinhas do que por mérito, para conseguir publicar). Mas é mais fácil publicar nas revistas de especialidade estrangeiras do que nas portuguesas.
Se se trabalha numa empresa, das duas uma:
Ou não há tempo para desperdiçar com estas coisas que não pagam despesas e que não vão além do relatório “para inglês ver” (desculpem-me, mas por vezes é mesmo assim) e acabamos por fazer alguma coisa nesta matéria, em casa, no nosso tempo livre, ou logo vem o “colega” de um qualquer organismo público aproveitar o trabalho que fazemos para escrever e publicar com base no resultado e conclusões a que chegámos, sem que tenhamos tempo para conseguirmos perceber a dimensão do que apurámos (não é sempre assim, mas já vi acontecer).
Depois o problema da multidisciplinaridade, que só vejo aplicar na base da “carolice”. Eu conheço um Geólogo e um Antropólogo que por acaso andaram comigo na escola, tu conheces um Sociólogo e um Químico, ele por acaso conhece um Historiador especializado nesta área… vamos lá juntar estes “carolas” e fazer uma abordagem mais abrangente a este problema que nos apaixona a todos e que acabamos por transformar num desse hobbys caros…
No meio disto tudo onde fica a teoria? Em lado algum. Não há tempo, não há paciência. Somos derrubados por tanta demagogia e pelo cansaço que nos provocam a falta de resultados das nossas crenças.
Não sei se já deu para perceber, mas eu não sou arqueóloga. Sou antes mais uma técnica a operar na área do património, e a realidade que conheço directamente é a minha. Mas acho que não deve andar muito longe da vossa.
Quanto às “arqueologias” pré-história, romana, industrial, etc. , era bom, mesmo bom, que muito boa gente percebesse mesmo o que é que anda a fazer… se não sabe, pergunta. Há, de facto, especialistas em certa(s) área(s) que não entendem nada de outra(s). Mas é urgente que se comece a perceber que não se deve dar parecer ou intervir sem conhecer…
E já me alonguei demasiado.
Parabéns pela iniciativa.
Sera que todas as comunidades sao imaginadas e construidas? E mesmo preciso desmitificar tudo? Pergunto a Goncalo Velho.
Nao e verdade que seja mais facil publicar em revistas estrangeiras do que nas portuguesas. Tambem la fora ha referees e muito mais serios e exigentes do que os de ca. Em relacao a pratica e teoria arqueologica, podem crer que ainda aqui venho comentar. Mas preciso de mais tempo. Nao concordo com a
negra visao dde salsolaki, mas e tema demorado e agora mesmo nao tenho tempo
Acredito que as comunidades, tal como as vemos em ilustrações de museus e de livros, são imaginadas e construídas. Sem a menor dúvida. Mas isso não significa que não as possamos conhecer ou que não partam de um passado que a um dado momento aconteceu (o passado existiu, tal como este comentário existe, outra coisa é que possamos conhecer na plenitude e com a total certeza o que foi). Fazemos sempre uma (re)construção.
Há também algo que preciso de explicitar sobre o meu comentário. Quando me refiro ao problema da teoria e da prática e refiro VOJ, quero enfatizar que (tal como este autor afirma) não acredito que exista de facto uma distinção entre as duas. Não há uma sem a outra.
O mundo do trabalho prático da arqueologia empresarial é em si ao mesmo tempo uma prática teórica, que reflecte princípios que se podem apelidar de teóricos.
A idade da inocência já passou. Nenhum de nós acredita que o acesso ao passado, tal qual ele aconteceu, está acessível. Sejam quais forem os métodos e as técnicas o que podemos fazer é construir um passado à nossa medida, de acordo com a nossa formação e o nosso tempo. Ponto esclarecido, meu caro Gonçalo. Mas o que eu queria dizer é que há que ser crítico em relação aos pressupostos pós modernos, de forma a que a nossa actividade não seja apenas o sonho de cada um de nós.
Quanto à prática, à teoria,às empresas, ao trabalho arqueológico.
Julgo saber que a arqueologia não é uma técnica. Quero acreditar que a arqueologia é uma ciência. Daí que os enquadramentos teóricos sejam indispensaévis. Mas não será verdade que os enquadramentos empresariais e a consequente proletarização dos arqueólogos não tornou a arqueologia apenas uma técnica, por mais sofisticada que seja, sem que haja lugar para a teoria?
A escavações que se sucedem a ritmo alucinante, e que nunca serão publicadas, foram mesno salvamentos. Ou foram destrições, uma vez que os resujtados estão perdidos para a ciência, mas tendo o alibi de que se salvou.
Enquanto as tutelas, sejam elas quais forem, não exigirem o estudo e a publicação dos resultados, enqunato estes não fizerem parte dos cadernos de encargos, a «coisa» está mal. Muito mal. Ou nada disto importa, já que os resultaddos e a sua publicação servem apenas para construirmos um passado à nossa medida.
Há mais teoria para lá do shanks e do Thilley e do hoder. A adopção da the last week teory pode não ser o melhor método. até porque a pós modernidade pode ter os dias contados.
Até breve
Espero que este blog faça justiça á qualidade do então extinto Arqueoblog do Marcos Osório!
pedrinha rolante
Parabéns pela iniciativa bloguesca.
Gostei pouco do epíteto de "arqueólogos modernos"... isso do "moderno" já passou há coisa de 100 anos... julgo que se referiam a ser "pós-modernos"... só espero que saibam o que isso é...
Infelizmente, parece-me que a arquelologia portuga vive da técnica e deixou as teorias em casa, quer porque não há tempo pra aplicar quer porque não se conhecem as teorias...
Parece-me que se vive um tempo de "last minute theory"... infelizmente... mas como estamos no país que sabemos...
ass.: salvatore
O país que sabemos é o que também nós construímos, já que dele fazemos parte. As teorias ficam em casa, porque os arqueólogos querem. Não é nenhuma maldição que nos tenham imposto. Arqueólogos modernos também não sei o que é, mas os arqueólogos actuais podiam fazer um pouco (muito) mais pela arqueologia e pela ciência. Concretamente estudarem e publicarem, aparecerem nos congressos não só para verem os amigos, irem às bibliotecas. E não só os que trabalham nas empresas de arqueologia. Os das câmaras, os do Ipa, os do Ippar e os das universidades, também ainda estão a tempo de se informarem e informarem os outros.
Num mundo de mercado, em que criaram a maravilhosa ideia de que seriam as empresas a ter a preocupação e cuidado de intervir sobre o património, o que esperam?
Por melhor vontade que os senhores empresários tenham, por melhor prática e ética que pratiquem, como estarão livre de suspeição? Através da fiscalização?
E perante cerca de 100 jovens formados a cada ano, num país sem tradição de investigação, como se iria dar resposta a tamanhas expectativas?
Também por cá reina a arqueologia da desilusão como se demonstra sempre em muitos comentários(e como me recordo desse pequeno filme que a Mariana Diniz levou a Sheffield, no meio do coração da arqueologia "entrepeneur" britânica".
Dou uma ideia: fazemos um TAG nacional. Não tenho problemas em comer com os egos do costume, se ao menos houvesse 10 papers de jovens (acham que estou a pedir muito?).Conseguiriamos levantar uma sessãozinha que fosse que não repetisse o discurso do costume das escolas teóricas?
Será que haveria finalmente espaço para algo mais livre e informal onde as pessoas demonstrassem trabalho?
A bola está em campo. Querem chutar? Aproveitem.
benvindos !!
voltarei para umas botadas !
Na verdade temos tanto direito a suspeitar como a acreditar e, vendo as coisas por este prisma, tanto suspeito à partida das "motivações economicistas" dos privados como dos "tráficos de infuências" do público.
Ou então não!
Ou então todos são inocentes até se provar a sua culpa!
E como provar, com a quantidade de sítios por publicar e de relatórios por entregar?
E isto acontece mais no privado ou no público?
Quem esconde mais informação? O privado ou o público?
E de que serve a teoria se não se tem capacidade para a aplicar na prática?
Até podia ficar aqui a escrever mais coisas, mas trabalho numa empresa, não tenho tempo para polémicas.
A ética é de facto um mundo extraordinário. Qual a diferença entre a acção no mundo do público e do mundo do privado. Porque se dará a suspeição dos privados. Porque se dará este aparente Direito Natural (citando acv).
Pois a raiz da ética é sem dúvida o prícipio. O Estado tem como príncipio o melhor de todos nós. O privado tem como príncipio o seu melhor. E é por isto que os privados estarão sempre sob suspeição, tal como, após se demonstrar a falta de seriedade de muitos agentes do Estado, este também se encontrem sob suspeição (vejam-se as autarquias).
Aqui entra um segundo ponto relativo à ética: a acção. Se a acção se revela diferente do príncipio...
Se tivesse que escolher entre uma autarquia ou um privado para investigar qual escolheria? A resposta é curta e cabal: nenhum. Ambos têm interesses próprios que logo à partida os colocam sob suspeição. Por outro lado a sua vocação não é investigar e estudar.
E isto não invalida o extraordinário papel das autarquias na defesa do património. Quantas investigações fundamentais não foram financiadas por autarquias.
Um Centro de Investigação, ou uma instituição de ensino superior estão acima da suspeita? Bom a suspeita é algo que paira sobre todos. Mas sejamos sérios. O príncipio destas instituições é única e exclusivamente estudar o património, desenvolver investigação. Há interesses? Claro que existem. Os interesses das carreiras, da luta por postos, por projecção pessoal. Mas estes interesses estão um pouco mais longe do mundo dos interesses imobiliários, etc, etc.
Sob os argumentos de má prática e de acusações mutuas entreve-se o interesse na conquista de mercado.
Pergunto-me se por exemplo se acv ou outros dos participantes tivesse tido a oportunidade de criar um centro de investigação de excelência em vez de uma empresa, o que escolheriam, e já agora porquê (surgiriam por certo argumentos interessantes que defendam a chamada arqueologia empresarial).
Não ver o fracasso da arqueologia empresarial é querer tapar os olhos com uma peneira.
As Universidades ao virarem as costas e ao não terem aproveitado a oportunidade, são igualmente culpadas.
Estou a gostar desta questão "público vs. privado"; aliás, acho-a muito interessante e, mais do que isso, muito importante. Como não sou um especialista mas apenas um curioso/interessado fico à espera de mais desenvolvimentos.
De qualquer modo... bem... parece-me que estes "comments" estão bem melhores que o próprio blog, o qual não recebe artigos desde o dia 25 de Abril...
É que se torna pouco cómodo ter que inscrever comments sempre no mesmo artigo...
Arqueólogo e arqueóloga, mexam-se mais si?
ass: salvatore
Devem ser do público hi!hi! hi!
Quando chamo atenção para a questão da ética na “arqueologia empresarial” referia-me ao facto de como são ganhos os concursos, de como são contratados os arqueólogos, de como uma mesma pessoa pode ser responsável por uma obra no Algarve e outra em Coimbra ao mesmo tempo.
Vocês não acham que trabalhar nisto já é o suficiente? Ainda ocupam assim o vosso tempo livre?...
Sabe, há um perigo com determinadas dicotomias. Acha que investigação não é formação? Então engana-se. Estes termos incluem-se, não se excluem.
Um EIA é um estudo. O que se faz nas Universidades e demais instituições de ensino superior: estuda-se, produz-se estudo (bem sei que com as cervejeiras e as queimas possa parecer outra coisa, mas eu também não disse que o mundo do ensino superior era perfeito e é por esse mesmo motivo que creio que seria necessário uma maior intervenção por parte das instituições de ensino superior no apoio à decisão).
Sabe quem fez os estudos que estiveram por detrás das recentes decisões governamentais de re-organização do sistema nacional de saúde?
Ignora que as instituições de ensino superior tenham um papel essencial no desenvolvimento de estudos de apoio à decisão e ao conhecimento do território?
E ignora que o envolvimento dos alunos nessa mesma investigação faz parte essencial da sua formação?
Ignora que a formação é ela própria uma investigação?
Concordo que instituições de ensino superior e empresas possam trabalhar de mãos dadas, mas não porque: " uma das principais funções da Universidade é formar aqueles que, entre outras saídas profissionais, vão trabalhar nas empresas".
As instituições de ensino superior não existem com o propósito de alimentar as empresas com gente formada. O seu propósito é algo maior, um papel social amplo que resulta quer no apoio à decisão política, quer na busca de conhecimento, quer em auxiliar os seus alunos na criação de competências (porque não é ela que as cria por eles, são eles que as criam no interior dela). As empresas existem com um propósito: criar lucro através de actividades várias. Logo buscam mercado, projectam imagem, criam processos. E é aqui que por mais voltas demos ao assunto, vamos entrar sempre no busílis da questão. As empresas não existem para o bem comum, mas sim para o seu próprio bem, numa dada situação de mercado.
Volto a perguntar-lhe: Porque criou uma empresa e não um centro de investigação, ou uma associação, ou uma cooperativa?
Sobre moderno e pós – moderno: o termo moderno foi aqui aplicado indo de encontro ao sinónimo de actual, contextualizado, conhecedor das necessidades presentes, no mundo da arqueologia efectivamente contemporânea. Não se pensava nos períodos da história ou pré, rotulados disto e daquilo. Até porque o próprio pós modernismo se esvai… Para além de que, meu caro, parece que não entendi bem a frase “… só espero que saibam o que isso é…”, particularmente se está impregnada de alguma ironia! Mas é por causa de prezarmos a Arqueologia que ambos estamos aqui, é para criar as bases do diálogo e superarmos a teoria do momento de cada arqueólogo e desenvolvermos uma teoria do momento corrente.
Obrigado por estarem connosco. Não se pede para concordarem connosco, mas para saudavelmente debatermos assuntos do interesse de todos: a teoria, o método, a técnica, a ética… Perdoem-nos o facto da língua portuguesa dar oportunidade para duplas e triplas interpretações.
A propósito do comentário de Gonçalo Velho: podemos pelo menos esperar que os arqueólogos a quem é ministrada uma boa dose de história durante o curso se preocupassem em usar a informação que receberam para se moldar de forma a respeitar o que fomos e somos. E isso far-se-ia seguindo uma ética pessoal. O que acho é que um melhor trabalho possível em prol da sociedade deve ser sempre feito. O objectivo primeiro deve ser proteger, estudar a identidade e não pensar no dinheiro em primeiro lugar ou curtir uma preguiça mental ou atacar o outro que fez o que eu não quis fazer ou não me apeteceu, pouco importando se está no público ou privado.
O objectivo de uma empresa é: fazer o serviço o melhor possível (nem todas, mas segundo o liberalismo o mercado separaria o trigo do joio) com a maior rentabilidade possível.
Ficaria incomodado por ter uma força policial que fosse exclusivamente contratada a privados? Acha que o facto de estar fiscalizada resolveria o problema? (o argumento é mais que conhecido)
De facto as empresas servem para o bem próprio e não para o bem comum. Porque podem ser contratadas para o bem comum, mas o facto é que são contratadas e é apenas por isso que o fazem.
Nem o mercado tem uma mão invisivel, nem são os melhores que sobrevivem. E é essa crença cega num liberalismo justificado cientificamente pelo evolucionismo que é bastante perigosa.
Novamente alerto: não exclusão. Eu não exclui o carácter de formação das instituições de ensino superior, que pode até conduzir a uma futura profissionalização. Eu disse que o propósito não se resumia a isso "O seu propósito é algo maior" no sentido de que é mais abrangente e não mais elevado (não leia aqui elitismo, porque não o é).
Não levanto a Universidade a pedestal. Há mais centros de produção de saber e indiquei-os: centros de investigação, associações, cooperativas e não tenho problemas de afirmar: até empresas (vejam-se as farmaceuticas).
Mas acho que, toda a problemática que justamente as farmaceuticas colocam, ajuda a ilustrar quão problemático pode ser confiar no bom coração do mundo empresarial. E são altamente fiscalizadas.
Vejo entao que é apenas mais um proletário a quem alienaram :)
E saudações a uma arqueóloga (estava a responder ao coment quando vi que tinha aparecido). Mais uma vez parabéns. Acho que abriram um belo debate. Mais uma vez bem hajam.
Quem sabe se um dia fazemos isto ao vivo, no tal TAG nacional ;) :)
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Se me permitem, abro aqui um espaço de solidariedade e comiseração para todos os arqueólogos e arqueólogas que passam o ano de um lado para o outro, país fora ao serviço de empresas e que, até hoje, pensavam andar a contribuir para a defesa do património português.
Não fosse Gonçalo Velho, e poderiam viver ainda muitos anos nessa vã e alienada ilusão!
E alegre se fez triste como se
chovesse de repente em pleno Agosto (Manuel Alegre)
Muguele
Acho que é claro que o que está em causa não é o profissionalismo de quem, ao serviço das empresas, trabalha para a defesa do património.
O que está em causa é o princípio de arqueologia empresarial, é a sua viabilidade, os seus custos e o seu impacto. O modo como se transformou a arqueologia neste país.
Apenas por causa de reconhecer este profissionalismo, não pude deixar passar em claro o seu comentário (tenho muitos amigos na arqueologia empresarial e eles sabem que jamais poderia ser injusto com eles, tal como sabem o que estou a pôr em questão, aliás penso sobretudo neles e sei que há muitos que não são meus amigos e que também são excelentes profissionais que merecem uma palavra de reconhecimento).
Há discussões e debates que não são pessoais, são fundamentais. Não tente pegar no acessório para não discutir o essencial.
Concorda com a arqueologia empresarial? O que acha do manifesto do um arqueólogo e da uma arqueóloga?
Saio de cena para deixar o palco para outros intervenientes. Seguirei com interesse nos bastidores.
Bem hajam.
Posso concordar, por uma questão de convicção eminentemente socio-política, que a arqueologia empresarial não seria a minha escolha num mundo ideal.
Como não estamos num mundo ideal, temos as universidades que temos, a investigação que temos e a tutela (leia-se sucessivos governos) que temos, receio bem que não haja capacidade no país para fazer trabalhos arqueológicos de salvamento sem a existência de empresas de Arqueologia.
Não me amedronta o carácter não-público das empresas em geral. Já a ética dos donos de algumas empresas me gera dúvidas, por historias que tenho ouvido, sempre anónimas e que as vitimas não são capazes de denunciar.
Não contesto o papel de investigação das universidades e não nego que considero que ela é difícil na maioria das empresas, principalmente com o nivelamento por baixo dos orçamentos (que gera salários baixos, sim), mas acho que se deve exigir às instituições uma melhor preparação para o que espera os licenciados no mundo real (não no mundo ideal em que todos são investigadores a tempo inteiro).
Da mesma maneira, tenho muitas vezes a impressão de que muitos investigadores andam a investigar o mesmo desde que se conhecem e de que outros nem investigam nada, já que nada publicam.
Outros sim, investigam, publicam e ensinam. Ele há de tudo por aí!
Tenho trabalhado em empresas com vários arqueólogos e arqueólogas e posso dizer que a melhor teoria arqueológica é aquela que está implicitamente contida na prática do dia-a-dia de trabalho. Além disso, há "relatórios" e relatórios, há revistas e há colóquios... onde os há!
A empresa onde trabalho é privada, procura o lucro, paga pouco, é verdade.
Mas a empresa onde trabalho faz investigação, apoia a investigação de quem lá trabalha, produz publicações, organiza colóquios, paga a horas todos os meses.
Além disso, pasme-se, tem vários arqueólogos e arqueólogas dos mais competentes que conheço.
Podia fazer mais?
Se calhar podia!
Mas é aqui que vivemos e, enquanto ninguém se entender, é assim que vivemos.
Entretanto, esta é a única maneira de eu poder trabalhar em Arqueologia a tempo inteiro todo o ano.
Podia ser ainda pior, digo eu!
Público e Privado ...
Não vejo que importância tenha isso para a ética arqueológica.
Tanto falham os arqueólogos num e noutro local.
Mas também os há eticamente bons.
existe uma diferença muito grande entre empresa de arqueologia e estado.
a empresa está direccionada para fazer estudos pontuais para determnados fins: eia's, monitorizações, escavações d emergência, trabalhos relacionados com áreas não históricas.
o estado, leia-se, universidades e ipa's, devem fazer estudos de áreas históricas, investigação arqueológica, mesmo.
o ipa faz também regulação da actividade.
acho que as águas estão bem separadas.
a ética, ou a falta dela, advém afinal deonde? digam-me !
fazer uma prospecção para um eia e dizer depois mude-se o projecto para ali para não afectar o sítio arq, é falta de ética?
um prof univ faz prospecção e NÃO diz o que encontrou e depois esse sítio é destrído, não será falta de ética. (tenho um cao típico destes que me aconteceu... com a UMinho).
Sempre senti pressão de colegas não profissionais / do estado, por fazer arqueologia para eia's e ganhar alguns trocos com isso.
Como fui um dos primeiros a fazer isso, no idos 92, já me habituei a esa pressão.
Obrigado a todos os participantes deste debate que tiveram coragem de expor as suas ideias num assunto polémico e tratado como um tabu por alguns colegas de profissão.
Todos nós sabemos que tanto o arqueólogo Público como o Privado comete erros.
O Importante deste debate não é saber quem é melhor ou pior, mais tentar encontrar soluções para evitar os erros.
As questões levantadas em torno do assunto são bastante pertinentes e quando pensamos em criar este blog já tínhamos previsto um tópico sobre o assunto.
Porém, acredito ainda que a primeira questão levantada neste tópico, a importância de se discutir teoria, ainda não esteja totalmente explorada e esgotada.
Gostaria (e acredito que também todos vós) de ler opiniões de mais pessoas, principalmente dos “Papas” da Arqueologia Portuguesa.
Gonçalo.
Seria mesmo uma bela ideia fazer este debate ao vivo, quem sabe se um dia não chegaremos lá. Espero que continues em cena neste blog.
Bota.
Acho que o Australopithecus XXI levanta algumas questões pertinentes em relação a falta de ética. Principalmente em relação ao acumulo de autorizações de obras em áreas geográficas completamente diferentes.
Há bons e maus arqueólogos. No Ipa, nas empresas, nas universidades, no Ippar, nas Câmaras, há boa e má arqueologia. A dictomia não deve, pois, colocar-se entre arqueologia empresarial versus arqueologia universitária.
Naturalmente, que a obrigatoriedade de realizar provas académicas(Mestrados, doutoramentos, provas de agregação...) acaba por resultar na publicação dos resultados dos trabalhos de camnpo, em versão monográfica ou em outra, no caso dos universitários. As empresas, que existem numa lógica económica e financeira, ou mesmo ( não tenhamos medo das palavras) neo-liberal, têm por objectivo o lucro, o que não parece criticável à partida. MAs esse facto implica um multiplicar exponencial de intervenções arqueológicas no terreno que resultam numa quantidade de informação que, a partir de um determinado momento, se torna impossível de gerir e de digerir. Os arqueólogos que trabalham nas empresas movimentam-se por todo o país, em todos os períodos cronológicos (da rã ao astronoauta)sem que possam parar para pensar ou para estudar. O video que a Mariana Diniz apresentou no último TAG em Inglaterra é, tal como dizia o Gonçalo, um espelho de uma realidade sobre a qual é necessário reflectir, ainda que considere que o referido vídeo está imbuído de algum facciosismo, e que portanto há que lê-lo em várias perspectivas. Com efeito, pergunto se os jovens que se queixam de não terem tempo para ir à biblioteca e que não podem estudar, estudavam e frequentavam as bibliotecas quando andavam na faculdade. Muitas vezes tenho perguntado a alguns« então, quando punblicas esses resultados fantásticos?» Não raras vezes me respondem que não lhes pagam para estudar cacos. Ora acontece que também os professores universitários, ou os arqueólogos do IPA ou do IPPAR, ou das Câmaras... não são pagos para publicar cacos. E muitos publicam e estudam e escrevem artigos e livros e fazem comunicaçõpes a congressos, e conferências...tal como, diga-se em abono da verdade, alguns arqueólogos poroletarizados. A questão não está portanto nas empresas, está nas pessoas que fazem arqueologia, havendo algumas que confundem técnica com ciência.
Em r~elação à ética, a queatão é a mesma. A falta dela não é apanágio da arqueologia empresarial. É um problema de carácter (ou de falta dele). Os arqueólogos «públicos» não são necessariamente mais honestos, mais sérios ou mais sábios do que os outros. Não é possível (ou é muito difícil)impor regras de conduta ética a quem não as pode praticar. ~Mas pode-se, isso sim, penalizar quem não as pratica. Mas quem penaliza o penalizador. Os serviços públicos estão cheios de indivíduos que por terem pooder o usam discriminatoriamnete.
Ao tema voltarei em breve
Trabalhos geograficamente diferentes são (e não me expliquei bem por falta de tempo):
os arqueólogos empresariais e no âmbito dos EIA's e trabalhos subsequentes fazem trabalhos arqueológicos de âmbito geográfico restrito, basicamente relativo às áreas dos projectos (seja uma estrada ou uma fábrica, por exemplo); os arqueólogos de investigação mais pura fazem-no com âmbito geográficos bem diversos e sujeitos à lógica da p´ropria investigação arqueológica (por exemplo somente terraços quaternários ou estuários de rios).
Outro problema que somente foi beliscado, é o das relações de trabalho entre empregadores arqueólogos ou não e empregados arqueólogos e profissões afins.
Como devem ter notado, actualmente vive-se a loucura do liberalismos económico pensando que isso é uma novidade e um futuro tão obrigatório (como Marx, Engels e quejandos o acharam para o socialismo / comunismo).
A brincar temos relações relações de trabalho muito semelhantes aos do tempos de Revolução Industrial, sem bem que com o telemóvel na mão.
Finalmente (?), a ética é prejudicada em quaisquer dos patamares da arqueologia portuguesa. Estes já foram sobejamente identificados nos vários pequenos textos ("posts") aqui postos.
Bem, gostei das "novas" invectivas sobre a falta de discussão teórica na arqueologia portuguesa. De facto, estamos ainda presos a conceitos básicos pan-positivistas e alguns "já" processualistas (como Middle Range Theory). Necessitamos urgentemente de apanhar o combóio ocidental, pq a referência a um TAG (Theoretical Archaeology Group; ke se realiza 1ª X p/ ano em Inglaterra)me pareceu premente e correcta, embora ambiciosa no nosso actual contexto. Existem já alguns trabalhos sobre ou com base teórica (VOJ; VG; SOJ; Valera-recente). Parece ke geralmente só aos "deuses" é permitido divagar e compreender certos conhecimentos complexos, uma vez ke os alunos "se bastam" na prática e em pouca história-teoria da arqueologia. Um dia (futuro) será tempo de ensinar a nossa ciência c/ base nas Teorias da Arqueologia e não somente p/ intermédio de 1ª base histórico-cultural.
Prefiro ficar anónimo pq já estou farto de sofrer represálias dos ditos "deuses arqueologistas" que dominam o panorama "very" retrógado da arqueologia portuguesa, e ke, por despeito, reprimem todo aquele ke aparente ter 1 palminho de cabeça e, sobretudo, ideias diferentes dos "deuses" locais omnipotentes. Esquecendo até, ke o "brilho" do aluno repercute-se inevitavelmente também nos seus mestres. Infelizmente o enorme ego de alguns personagens diminui em muito o desenvolvimento desta nossa querida ciência; colocando-nos de igual modo desprestigiados perante a avalanche de conhecimnetos teóricos em vigor nas "outros academismos" ocidentais.
Força p/ a Arqueologia Portuguesa e já é tempo de também aqui...se fazer uma grande revolução! Afirmo-me disponível p/ participar activamente na realização do tal "congresso teórico" em falta; apenas obstando o facto de me encontrar actualmente a estudar, precisamente, no Reino Unido. Facto ke poderá obstar algumas realizações de presença física de minha parte; no entanto até p/ proposição de conferência, o meu interesse é imenso e genuino!
A proposta de uma TAG em Portugal parece-me excelente. Também eu acredito que há muitos jovens capazes de pensar, em termos teóricos, a arqueologia. Õs deuses também morrem
Ao longo da minha carreira de arqueólogo tenho tido a grata oportunidade de trabalhar em todos os campos já aqui referenciados. Já fiz intervenções arqueológicas integrado numa equipa universitária (onde ainda me são devidos mais de 4000 euros desde 2001 e sei que são devidas verbas ainda maiores a colegas nossos); já fiz acompanhamentos arqueológicos e dirigi escavações para empresas e já trabalhei em duas Câmaras Municipais alentejanas. Com excepção do primeiro caso, publiquei sempre os resultados das intervenções realizadas (ou seja, produzi investigação), respeitei e fiz respeitar (tanto a empreiteiros como a políticos) a protecção do património identificado e recebi sempre a tempo e horas. Devo salientar que, no primeiro caso, a única coisa que faltou foi receber e publicar os resultados.
O que é que eu quero dizer com isto? Quero dizer que só não faz investigação quem não quer, apesar disso ser obrigatório por lei e não serve de desculpa dizermos que não nos pagam para isso. Caso contrário, como é que eu poderei reconhecer um sítio arqueológico e a sua importância se não investigar? Por essa razão é que eu também penso que os recém-licenciados não deverão fazer acompanhamentos arqueológicos de obras logo no momento em terminam a sua formação universitária, pois nas universidades não são minimamente preparados para esse tipo de trabalhos. Nas universidades apenas somos preparados para estudar as matérias que os professores entendem ministrar-nos, as quais, muitas das vezes, nada têm a ver com aquilo que observamos no terreno. Por isso é que eu defendo que, independentemente do organismo para que trabalhamos, todos devemos investigar no decorrer dos nossos trabalhos, nem que seja para afinar e adaptar melhor as metodologias que conhecemos. O problema é que para investigar temos de moer a cabecinha e muitos arqueólogos preferem passar o tempo a dizer mal do trabalhodos outros do que trabalhar em prol da ciência que abraçámos para o resto das nossas vidas.
Também não condeno quem quer ganhar dinheiro na arqueologia. É que todos precisamos de viver e não existe lugar para todos nas universidades, por muito competentes que sejam os arqueólogos portugueses.
Um abraço
“Infelizmente os arqueólogos portugueses continuam a não discutir entre si questões inerentes à teoria da arqueologia.”
E muito menos no seio de trabalhos de salvamento, de emergência ou empresariais ou… como quiserem chamar. Fazem-no talvez dois ou três e não todo o grupo de arqueólogos.
É importante fazê-lo para se questionar se o que fazemos é bem feito. Cada um deve ter necessidade de se questionar. Ou então não percebo, porque não. Quem seja arqueólogo da câmara, quer seja do IPA, quem seja do IPPAR, quer seja desta ou doutra empresa ou outros. A ética pessoal exigiria que o fizéssemos, por nós próprios, seres individuais e por nós seres sociais e inseridos num grupo que precisa conhecer as “linhas com que se cose”.
E se nos metemos a falar inseridos numa facção está tudo estragado. Até porque se existem é porque são todos precisos, sem tirar nem pôr…
Porquê o debate aqui? Porque aqui todos temos acesso e nas reuniões ou encontros disto e daquilo, nem por isso. Aqui não pertencemos a esta ou àquela associação de arqueologia, aqui não vestimos a camisola do perdedor nem do ganhador. Aqui falamos do que efectivamente é importante para preservar a identidade do povo cujos objectos trazemos à luz do dia. Aqui somos aqueles todos que trabalhamos não só para comer, não só para elevar o nosso ego com esta ou aquele trabalho. Aqui pretende-se se elevem as vozes sobre a ética, método, teoria e técnicas adequadas em diferentes situações e principalmente na Arqueologia de emergência. É um tema lato, mas não implica imputações!
Temos presente que outros saberes se confrontam com situações similares… mas a razões que nos impeliu a criar este espaço foi a nossa causa. A causa inerente ao que fazemos no nosso dia a dia.
Claro que se questionamos os pontos supra referidos, nos desassossegamos de que forma se recupera o passado: criamos, ou não criamos? Mas a Arqueologia, tal como a História, estuda os homens no tempo. E nós somos efémeros. O fio condutor que nos liga ao passado detém vestígios variados e detém a identidade.
Continua a questão: como, quando e porquê uma teoria, uma metodologia… que técnica… na prática de trabalhos de emergência?
De facto, salvatore perdoe-me se não agi da melhor forma. Mas não estamos aqui para guerrear. Isso já acontece em demasia! Os do norte, os do centro, os do sul, os da associação A, os da B, os da entidade X no centro, os da entidade Y no centro…. E por aí fora… Somos um país pequeno e onde os sujeitos têm demasiada estopa na venta em busca da vã glória de mandar ou na sacudidela da água do capote.
Falamos todos o português. E o nosso trabalho está aqui em causa porque é do nosso Património, da nossa identidade que falamos. E é por este Bens que se criaram todas entidades e é por eles que estamos aqui.
O TAG nacional é de importância. Sim. Se o discurso que aqui é feito por cada um de nós for sensato, acredito que o possamos fazer frente a frente. Todos. Senão… só sei que nada sei!
E logo agora que (quase nunca!) se ouve falar no Processo de Bolonha, estava na altura de eliminar o tal “Direito Natural” de que já aqui se falou… e agir como nos países ditos civilizados, a caminho do mesmo fim com rigor.
"...a identidade do povo cujos objectos trazemos à luz do dia..."
Para quem gosta de teoria, nota-se aqui alguma falta de leituras.
Aceito o comentário. Há sempre falta de leituras. Principalmente quando se gosta do tema!...
Não percebi, no entanto, qual foi a palavra ou a frase anti teoria que empreguei, dado que a observação é sucinta.
Estamos abertos ao diálogo e, claro, à crítica construtiva. É por isso que aqui estamos.
Obrigada,
Uma arqueóloga
Um TAG nacional. Para mim assumo que se assume quase como um sonho podermos fazer isso. E a oportunidade está aqui.
Lancei no meu blog um post sobre isso, de modo a que possamos trabalhar sobre esta matéria.
Como a ideia surgiu aqui, pedia ao um arqueólogo e uma arqueóloga se podiam também elaborar por aqui um post, de modo a que podessemos trabalhar nisto de uma forma alargada. Assim o tema podia ser desenvolvido sem termos de escavar entre os comentários. É uma sugestão.
Represálias? mas ainda há disso?
Os que estão no poder (em geral universitários) ainda têm medo de perder a cadeira?
As primeiras vezes que tentei dizer o que pensava tive de arranjar outro emprego porque percebi desde logo que na arqueologia, iria ter muito entraves.
E tenho ... um projecto simples de investigação com base em isitemas de informação geográfica foi bloqueado. Estavam com medo de "descobrir" erros dos deuses?
O medo entorta a espinha.
Esquecia-me:
Tal como Gonçalo Leite Velho disse, veham lá esses tópicos acerca de TAG's e quejandos para debater a coisa.
Para alguns a arquelogia serve para enriquecer um qualquer CV para quando se chegar a velho ser homenageado.
Acho meritória esta tentativa de pôr a Arqueologia Portuguesa a discutir as ideias dos grandes teóricos do momento (ou momentos).
Dou uma ideia para começar:
- Que tal começar por Barker/Harris?
Há por aí muita gente a precisar. Ou não?
Se calhar deviam começar pelo wheeler, antes do Barker/Harris.
O método não é dissociável da teoria, ainda que alguns julguem que sim, mas também não há métodos infalívies.
Mais:
a teoria não se resume à pós modernidade, ou já esqueceram que os fanáticos pos modernos actuais passaram, de forma igualmente fanática, pelo processualismo, sendo as suas obras (que não são as de juventude, note-se)o paradigma da New Archaeology.
Por outro lado, o positivismo não é assim tão mau. Afinal Medir e contar tornou-se indipensável, mesmo que todos acreditemos que a mediação e a contagem poderá não nos aproximar melhor, ou de forma mais hábil, do passado. Ainda hoje, contudo, mede-se e conta-se, e porquer não?. E as metodologias processualistas foram responsáveis por grandes mudanças que são de saudar e que hoje ninguém dispensa.
Quem não é pos moderno é burro e não tem cabeça?
É tosco e falta-lhe dimensão teórica?. O Shanks e o Thiley só disseram verades inquestionáveis? Foram os únicos qiue pensaram a arqueologia em termos teóricos?Noto alguma sobranceria, para não dizer arrogância, naqueles que julgam detêm a verdade universal da pós modernidade. A humildade intelectual é boa consellheira.
Todos ao TAG.
Coitado do Wheeler!
Com os "pós" de "modernidade" que por aí andam, ainda acabamos a escavar em "sextavículas".
Já agora lanço também a questão da condição precária de ser arqueólogo em Portugal!Já não basta termos que andar de sítio em sítio de Norte a Sul do país, impedidos de termos o mínimo de estabilidade familiar (aliás impedidos muitas de vezes de formar família) e termos uma vida mais ao menos comum a qualquer pessoa, como ainda somo deparados com condições contratuais do mais precário possível! Isto de sermos trabalhadores independentes permite que sejamos explorados por essas ditas empresas que não têm qualquer tipo de responsabilidade perante quem "contrata"! Nós apenas somos a mâo-de-obra, tudo o resto (impostos, seg. social, seguros de acidentes, despesas, desgaste e manutenção das viauras, etc. etc) fica a nosso cargo!
Porque não poderão os arqueólogos ter um contrato normal de trabalho? Ter direito nos períodos em que não trabalham (sim, porque trabalhos não os temos sempre)a um subsídio de desemprego? Ter direito a subsídio de férias? Ter direito de quando estão doentes terem baixa?
Assim de facto é bom ser arqueólogo, mas só quem está por trás destas empresas, que em muitos dos casos mais não fazem que sub-contratar arqueólogos, ficando no conforto das suas casas, e ganhando rios de dinheiro á conta dos coitados que não podem recusar muitas vezes honorários e condições miseráveis! Isto sem falar da sua atitude profissional.. havendo muitas vezes uma falta de ética na cordenação dos trabalhos, onde a questão financeira fala mais alto, tendo que nos sujeitar a coisas que de cientifico tem muito pouco!
É frustrante andar 4 anos numa faculdade, ter aprendido uma ciência que na sua verdadeira essência é das mais belas, onde aprendemos a ser mais humanos e dar valor a pequenas grandes coisas que até então nos passavam ao lado! Ter o previlégio de beber da sabedoria de professores que tanto nos ensinaram, relembro as aulas do Prof. Vítor Oliveira Joge, tantas vezes alvo de criticas, mas onde se debatiam temáticas tão diversas, onde todos poderiam intervir de uma forma livre e saudável e onde estas questões dos métodos e teorias da arqueologia foram tantas vezes abordadas!
Tudo isto para depois sermos lançados num mercado de trabalho onde já vi coisas que nunca na minha vida pensei ver, muito menos como arqueóloga!
Já pensei mudar de área, pois da forma como os trabalhos esporádicos surgem não me permitem dela sobreviver!
Infelizmente o desalento é grande entre vários arqueólogos, muitos deles que terminaram o curso há 1, 2 ou 3 anos! Várias pessoas conheço que estão sem trabalho!
Algumas quiça, mantendo ainda alguma dignidade, por não quererem
serem escravos desta nova forma de fazer dinheiro, recusando trabalhos a mais de 300 km de distância, pois os míseros trocos que iriam ganhar não compensam tudo o resto que se deixa para trás.
Trabalhos dignos em arqueologia precisam-se! Se houver avisem!
Não posso, no entanto de deixar de louvar o blog!
cumprimentos de
alguém já muito desgastado desta "nova arqueolgia de cifrões"!
Alguem ma saberá dizer o que é que se passa no Pólis de CAstelo Branco?
Eu sou um leigo na materia e sinceramente pretendo manter a minha "virgindade" intelectual.
No fundo o Arqueologo na sua "essencia", tem gosto em descobrir compreender o Passado. Contudo existem mais profissionais com essa mesma "essencia". A lei Existe Lei bases 107/2001 a "tabua da salvaçao". Penso que seja importante reunir todas as Pessoas que directamente ou indirectamente trabalham em patrimonio, Independentemente seja patrimonio arqueologico, natural, paisagistico, turisticos, etc. Pelo menos a intrepetaçao que tenho da Lei assim o exige. Agora se o estado não cumpre ou nao faz cumprir. Talvez devessemos recorrer a instancias internacionais com o intuito de obreigar ao Estado Portugues cumprir os compromissos internacionais. Recordo que acima de tudo sou cidadão Europeu e depois cidadão Portugues. Penso se as coisas estao "mal" é por culpa das pessoas terem um nivel de exigencia pouco elevado! Que tal unir esforços e lutar pelo nosso ideal comum A Historia e o Patrimonio, em vez de andarmos em "guerras civis"!? Talvez assim conseguissemos acabar com muitos dos problemas internos, quer se queira ou nao, são problemas de origem externa aos arqueologos e sao comums aos museus, Biblitecas, arquivos, etc no fundo a todo o patrimonio.
deixo o meu contacto:
luciano.manuel@hotmail.com
Acima de tudo és cidadão europeu e só depois cidadão português?!?!?!?
hmmmmmmm...
essa é muito forte...
até eu, que teria o maior gosto em assinar por um país decente como a espanha, até eu tenho que admitir que essa afirmação da "europa acima de portugal" é perturbante...
bem, na verdade há praí muita gente a safar-se bem com esta "coisa" da europa... pra esses, isto de ser português deve realmente vir depois...
ass: salvatore
Intedressante,muito interessante...
Pois bem, pelos visto vou ter que esclarecer um pouco melhor a minha prespectiva de Cidadania Europeia.
Na verdade e uma realidade independentemente, se gostamos ou não, somos cidadãos europeus para o bom quer para o mau. Senao portugal nao teria intregado na antiga C.E.E. E nao fui eu que assinei a papelada! Nem votei nas pessoas que governavam na altura (ainda a poucos anos tinha deixado as fraldas!)! A verdade é essa.
O Problema e que ainda nao existe essa conciencia nos Portugueses. Acreditem ou não a Europa ou a U.E. tem algum impacto em Portugal, a verdade esta a vista para isso basta olhar. Ja ha Algum tempo que isso e uma realidade!
Acho que emquanto nao se juntarem todas as pessoas ligadas ao patrimonio e trabalhar no sentido de preservar, estudar e divulgar, e acima de tudo "mexer o Rabo" que vejo bastante acomodados a situaçao e "parece" que gostam dela e outras numa especie de guerra civil deviam de em 1 lugar Meter as "divergencias" na gaveta, e em segundo lugar junto ao estado que e quem no fundo regulamenta e o responavel maximo pelas questoes do patrimonio fazer alterar o que esta mal! Senao existe uma coisa chamado UniaoEuropeia! A U.E. acreditem que essa tem peso que chegue para penalizar Portugal a grande basta cortar alguns subsidios uns milhoeszitos de Euros! Acho se nos unissemos nesta ideia e trabalhassemos nisto muita coisa poderia mudar. Isso de ser Portugal ser a terra dos que ralham sem ter pao, se calhar e por nem sequer tentamos semear a serio a pensar a serio no patrimonio e ver isso com um potencial.
luciano.manuel@hotmail.com
Parabéns ao Gonçalo pela iniciativa. Penso que já mais do que tempo para nos livrarmos da excessiva dependência relativamente aos nossos mestres, mestres esses que, tendo sido e, em alguns casos, continuando a ser fundamentais na nossa formação, certamente quererão que apareça uma nova geração que pense e repense a Arqueologia que se faz em Portugal (eu diria, e não só em Portugal!). Pensar a Arqueologia não é tarefa fácil, constitui um trabalho de vários anos, de amadurecimento intelectual, de muita leitura, mas também de muitas "células cinzentas" queimadas. Noto, infelizmente, nas novas gerações de arqueólogos portugueses (aqueles que se encontrarão actualmente entre os 25 e os 35 anos de idade), uma muito reduzida preocupação com estes temas "menos arqueológicos" (no entender de muitos), quiçá porque a Arqueologia ainda é entendida sobretudo como Arqueografia (ou, como diria Juan Manuel Vicent, como "sistemática da cultura material") e não como uma Ciência Social de pleno direito. É preciso começar por algum lado para que possamos começar a transformar este panorama e a realização de uma primeira reunião de tipo TAG da Arqueologia Portuguesa poderá vir a constituir-se como um passo fundamental para a prossecução desse objectivo.
Sugiro que o Gonçalo, como "promotor" da iniciativa, se encarregasse da elaboração de um esboço de estrutura do evento e que coordenasse todo o desenvolvimento futuro desta questão. Pela minha parte, dou o meu total apoio e, muito provavelmente, irei apresentar uma proposta de organização de um dos grupos de discussão.
Paulo Félix
Dep. Prehistoria y Arqueología Univ. Granada
pfelix_pt@yahoo.com.br
A Minha Avó dizia-me uma frase simple: era mais facil pedir pão que trabalhar.
Se existe alguma duvida sobre o meu Amor a Portugal podem duvidar a vontade! Nao me vao encontrar num estadio de futebol nem no santuario de Fatima!(Com todo o respeito as pessoas!)
Ver o patrimonio como um potencial é simples agora passar e transmitir para os outros a questao e mais complicada! Culpo acima de tudo as pessoas ligadas ao patrimonio, que tambem me inclui! decidi vestir esta camisola! Eu nao entro em "guerras civis"! EU SIM entro em guerra quando os meus direitos sao violados (por algum motivo pago impostos!), e de uma forma ou de outra todos os nossos direitos enquanto pessoas ligadas ao patrimonio, e apaixonadas pelo patrimonio, olhem e pensem nisto!
E Qundo me tenho uma Comichão, eu Cosso-me. Eu duma forma elemenmtar tenho o direito de usufuir patrimonio, e muitas vezes isso nao acontesse!
Entao unidos pelas causas do patrimonio ou continuamos numa guerra civil!?
Pois que a união faz a força!... Mas é preciso estar bem instruido e preparado para avaçar. É preciso conhecer o que concretamente se passa no país (e no mundo). É preciso saber que assuntos se devem debater. É preciso saber o que está, de facto,mal. Mal para todos aqules que se dedicam à causa do Património, mal para o Património.
Acredito que os criadores desta página, ao insistirem na teoria e no método... pensavam em tudo o resto que daí advém: o nosso princípio e o nosso fim, enquanto profissionais.
Deve pensar-se numa data e num local. Sim. Mas devemos todos saber o que se pretende. Deve opinar-se, ouvir e decidir em conjunto.
Bom dia!
"...é preciso estar bem instruido e preparado para avaçar..."
E que tal começar mesmo pela Língua Portuguesa?
Ou já somos primeiro que tudo Europeus e (apesar de Rui Parreira) vamos passar a falar inglês?
Bom Dia:
Uma coisa é a cidadania Europeia e a outra é cultura Portuguesa!
luciano.manuel@hotmail.com
Começar pela língua portuguesa parece-me bem, nomeadamente pela conjungação do verbo haver (ainda a poucos anos tinha deixado as fraldas ou AINDA HÁ POUCOS ANOS).
Os testemunho aqui deixados dão para perceber a debilidade mental da grande maioria dos pretendem pensara arqueologia em termos teóricos. Confesso que me apetece apresentar no TAG uma comunicação (ou devo dizer papper) sobre estes testemunhos, ou será que por não pertencer a jovem geração o acesso me será vedado?
"...Uma coisa é a cidadania Europeia e a outra é cultura Portuguesa!"
Devemos assim concluír que a cidadania é mais importante do que a cultura?
Muito bem. Assisto ao velho medo de mudança. Muito bem agracedo as aulas de Portugues. Lugar temos todos no mundo, inclusive o direito de dizer asneiras.
E eu digo muitas, se o "julgamento" é baseado na minha má ortografia ou erros gramaticais, em vez das minhas ideias, acho que estou no lugar errado!
Quanto quantificar a escalas de importancia a cidadania e a cultura e um erro pois sem uma cultura nao existe uma cidadania e o inverso tambem se aplica. Estao na minha opiniao interligadas.
Mas penso que um Sociologo comsegue clarificar melhor este aspecto.
Luciano.manuel@hotmail.com
A ortografia e a gramática são úteis para...
sei lá...
...comunicar ideias!?
Caros participantes.
Este espaço foi criado com a intenção de debater os assuntos sugeridos sem qualquer tipo de preconceitos ou ideias pré-concebidas. Um exemplo disto é os comentários estarem em aberto para todos sem qualquer tipo de moderação.
Para criticarem o colega ou alimentarem velhas rixas existem outros blogs e sites para este efeito.
Concordo que uma correcta ortografia seja importante: Porém, mais vale um texto com erros ortográficos recheado de belas ideias e com conteúdo do que muitos textos correctíssimos do ponto de vista gramaticais mas sem qualquer conteúdo ou ideia.
Afinal de contas somos humanos e erramos.
Muito bem!
Deixo-me então de "preciosismos linguísticos" e fico à espera das belas ideias!
Rixas é coisa que não tenho.
Sigamos em frente!
Ora aqui vai: Pretendo que isto seja apenas um início de base de trabalho e um tema a debater.
Muito bem quando eu falo que devemos de todas as pessoas ligadas de uma forma ou de outra ao património. Independentemente serem arqueólogos, historiadores, bibliotecários arquivistas, museólogos, técnicos de restauros, biólogos, antropólogos, etnólogos etc. etc. e etc. é porque a algumas semanas atrás constatei a necessidade de haver uma espécie de redes museu/escola de património.
Esta ideia vai ter muita resistência. Penso, se ao analisarmos bem a legislação no fundo esta ideia é possível ser aplicada.
Por motivos conjunturas económicas e sociais dos novos tempos que são claros e para isso basta ver os telejornais as coisas não estão boas para quem gosta do património (pelo menos para a maioria, não sei se isto é comum).
Quando refiro juntar esforços para alem dos Arqueólogos, e porque a minha visão deste problema não é apenas dos Arqueólogos, também afecta os outros profissionais na matéria, (eu oiço queixas de todos).
Não sou pessoa de criticar e não apresentar alternativas e aqui deixo a minha ideia “revolucionária” e penso que seja o rumo mais correcto que permite que ao “comum mortal” compreender, mexer, interagir com os profissionais na área do património. É no fundo aprender a dar importância ao Vosso trabalho.
O meu conceito de museu/escola de património, tem base e dotar todo o território Português ao nível concelhio uma rede interligada no território nacional e se possível ao resto do mundo, sendo esta rede o lugar comum de todos os Investigadores e pessoas que querem usufruir de Património, que querem conhecer o património e como funciona organicamente no fundo como se faz a Historia local e mundial.
Com os seguintes objectivos:
Salvaguardar, estudar, preservar e divulgar, interligar, interagir, gerir, auxiliar na investigação/gestão patrimonial, unir diferentes áreas do conhecimento.
Luciano Manuel Antunes Machado
B.I 11511294
Eu cá também não tenho rixas, mas gostaria de ver (ler) o debate de ideias, sobre a teoria e o método, que era afinal o objectivo do blog. Não me parece que seja criticar ninguém chamar a atenção para o facto de haver regras gramaticais que os «teóricos» devem conhecer. Há erros e erros...
Apetece-me mesmo ir ao TAG com estes depoimentos. Com todo o respeito, evidentemente.
So e amado e respeitado aquilo que conhecemos.
Talvez a chave seja aproximar a ciencia(s) ao "comum mortal"
Luciano manuel
as condições de contratação deveriam ser assunto para debater no forum da AAP (que nuncais sai, aliás, desapereceu o seu anúncio).
Nova Arqueologia? Hum ... Aonde já ouvi eu sobre isso?
Há 20 anos atrás?
qie é feito da NArq? Já envelheceu?
ainda é Nova?
Ainda não se escreveu nada mais novo que isso?
Esses autores não estarão a tratar dos seus netinhos?
Não houve nenhuma cabecinha portuguesa que penssase algo de novo, ou andam entretidos a brincar às escavações?
Venha de lá uma ideia NOVA, realmente nova.
Agora não tenho aqui nenhuma, mas vou ali ao saco e posso arranjar uma.
Demora muito?
O que pretende, em concreto, a Arqueologia estudar?
(Não quero respostas vagas)
Uma resposta à questão de Bota: arqueologia pretende estudar o homem inserido num tempo e espaço. Depois há que apreender o objecto de estudo no seu todo, até nos ser possível. Neste estudo é preciso considerar as limitações das técnicas usadas, considerar a existência do sujeito, contextualizado num espaço e tempo, e portanto mais ou menos consiente das aprendizagens coevas. Pretende-se a nossa identidade.
Debata a minha doxa, por favor!
Parabéns! é uma iniciativa fantástica.continuem.
Fantástico! Nunca mais ninguém pode falar de nós como a geração rasca. Em Portugal também temos jovens arqueólogos com gabarito. Vocês são essa prova. Sem medos podemos dar a nossa opinião e aprender muito mais uns com os outros.
Contamos com a vossa participação nos debates propostos aqui e também no GAT ou TAG que esta a ser planejado.
"Que remédio há para aqueles que não têm imaginação?"
Bruce Trigger (1998, p.30)
Será que a Arqueologia se liga à Linguística e recebe influências desta última enquanto se edifica como ciência?
Ou será que últimos anos se têm ligado tanto que a Arqueologia é cada vez mais introspecção, incluindo uma análise metalinguística do próprio discurso arqueológico?
Na verdade, parece que a Arqueologia, enquanto matéria crítica e criativa, dialoga e continuará a dialogar, intensamente, com a Linguística, nas suas mais diversas manifestações...
IDENTIFIQUEM-SE.
So assim tem credibilidade...
Eu também sou uma arqueóloga... ou serei antes um arqueólogo?
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